ESPECIALIDADES

Clínica de Neurologia

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Neurologia

A Neurologia é o ramo da medicina que estuda a fisiologia, a patologia e o tratamento das doenças do sistema nervoso central e periférico.

Avc

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma interrupção súbita do fluxo de sangue por uma artéria cerebral (AVC isquêmico) ou um extravasamento de sangue para o tecido cerebral (AVC Hemorrágico).

Os sintomas iniciais podem ser vários, o mais importante é a procura imediata de um pronto-socorro com suporte de neurologista para a intervenção mais breve possível sobre o quadro.

Atualmente, nos casos de oclusão aguda de uma artéria cerebral, se detectada em menos de três horas de instalação é possível promover-se a desintegração do coágulo de sangue que bloqueia a artéria através de trombolíticos, como o Alteplase, que são substâncias que dissolvem o coágulo se administradas em tempo hábil por via endovenosa ou intra-arterial por meio de cateterismo.

Como sintomas mais característicos temos:

• Perda súbita de força em um dos lados do corpo
• Perda da fala ou compreensão da fala
• Perda da visão completa de um olho ou de metade do campo visual de ambos os olhos
• Perda de consciência
• Convulsões
• Perda da coordenação
• Desequlíbrio para andar

Há várias doenças que predispõem a lesões arteriais que podem causar AVC, entre elas devemos lembrar a hipertensão arterial sistêmica, o diabetes melitus, o tabagismo, hiperlipidemia (colesterol ou triglicérides altos), doenças cardiovasculares como infarto, cardiomegalias, arritmias cardíacas, doenças valvulares, propensão familiar, doenças genéticas etc.

Uma vez acontecido o AVC, deve-se instalar tratamento imediato na expectativa de reverter o quadro se houver condições ou estabelecer medidas de suporte para a recuperação mais completa possível.

É fundamental compreender que quem teve um AVC tem grandes chances de ter um segundo AVC caso não se faça o devido tratamento profilático.

Para a prevenção secundária do AVC existem medidas clínicas e cirúrgicas. As medidas clínicas incluem o controle estrito do diabetes, da hipertensão e da hipercolesterolemia, suspensão do tabagismo e também medidas específicas como o uso de antiagregantesplaquetários ou anticoagulantes orais que visam a diminuição da formação dos coágulos que bloqueiam as artérias cerebrais. Entre as medidas cirúrgicas podemos citar as endarterectomias e os procedimentos de radiologia intervencionista, como a angioplastia e/ou stent de artérias cervicais e intra-cranianas.

Às vezes o AVC pode ser o primeiro sintoma de uma lesão estrutural cardíaca que necessite tratamento clínico ou cirúrgico.

Em hospitais, como a Beneficência Portuguesa de São Paulo, nossa Unidade de Terapia Intensiva é dedicada exclusivamente aos transtornos de ordem neurológica.

O pronto atendimento de distúrbios neurológicos como o AVCI ou AVCH podem significa grandes diferenças grandes de prognóstico, com maior ou menor seqüela e até a reversão completa de casos selecionados.

Doenças

Enxaqueca e Outras Cefaléias

Cefaleia é o termo genérico dado em neurologia para qualquer tipo de dor de cabeça. As duas mais frequentes são a cefaleia tensional, decorrente de stress e contração prolongada da musculatura flexora do tronco e membros e a cefaleia do tipo migrânea – a famosa enxaqueca.

O termo migrânea vem de hemicrânia, pois uma das características marcantes da enxaqueca é que ela acomete normalmente um lado do crânio. Contudo há variações e a enxaqueca pode se espalhar por toda a cabeça e também há outros tipos de cefaleia que podem se restringir a um lado do crânio.

Existem mais de cinquenta tipos de cefaleia que se encaixam em treze tópicos da classificação da InternationalHeadacheSociety. O diagnóstico depende de uma consulta minuciosa com um neurologista. Para a classificação precisa e melhor tratamento da cefaleia é fundamental uma anamnese detalhada, especificando-se características como duração, intensidade, localização, periodicidade, horários preferenciais, fatores de melhora e de piora, desencadeantes, sintomas concomitantes, aura e pródromo etc.

O exame físico neurológico complementa a história, apontando para alterações anatômicas ou funcionais. Por fim, os exames de laboratório e imagem desempenham, na maior parte das vezes, um papel secundário, para confirmar o diagnóstico clínico. Pela sociedade internacional de cefaleia, dores de cabeça com mais de cinco anos de evolução, com característica mantida e sem indícios de comprometimento orgânico, dispensam a realização de exames como tomografia para o seu tratamento.

Contudo, o fato de uma dor de cabeça não ser decorrente de lesões estruturais no sistema nervoso central, como AVC, aneurismas, tumores cerebrais, lesões de nervos periféricos não significa que a mesma não mereça tratamento especializado, tendo em vista que mesmo uma simples dor de cabeça tensional pode ser motivo de prejuízos nas relações familiares, sociais e queda do desempenho profissional.

Então, quando devemos procurar um neurologista?

Como orientação geral, podemos aconselhar a procura de um atendimento especializado sempre que a dor de cabeça for recente (menos de seis meses), que comprometa suas tarefas habituais, se apresente mais de uma vez por semana, for intensa, estiver acompanhada de náuseas e vômitos, principalmente pela manhã. Cefaleias que se apresentam acompanhadas de febre merecem atendimento de pronto-socorro, assim como aquelas acompanhadas de rigidez na nuca, alterações neurológicas súbitas com perda de força nos membros e ainda quando há perda de consciência ou crise convulsiva.

Mas há casos particulares que também demandam atendimento especializado. Imaginemos uma pessoa adulta que a cada quinze ou vinte dias tem uma dor de cabeça do tipo enxaquecosa que lhe impede de ir ao trabalho e compromete seu desempenho por dois ou três dias. Além do diagnóstico adequado, é necessário um tratamento que vise não apenas o controle da dor quando ela aparece, mas também uma forma de prevenir seu início e diminuir sua frequência.

O papel do neurologista será o de determinar exatamente o tipo de dor e escolher uma das várias opções de tratamento profilático, controlando os sintomas do paciente.

Além das medidas terapêuticas tipo medicamentosas, há também tratamentos auxiliares não medicamentosos que incluem atividade física orientada, hidroginástica, caminhadas, uma boa administração de trabalho/lazer, orientação psicológica habilitada, orientação dietética e mesmo tratamentos ortodônticos e de mandíbula.

De qualquer forma, sempre que não se tenha um diagnóstico exato do tipo de dor de cabeça, a avaliação neurológica mostra-se de grande valor.

Vejamos os tópicos da classificação internacional das Cefaleias Primárias (que não provêm de lesões estruturais do sistema nervoso central ou periférico) e das Cefaleias Secundárias (decorrentes de lesões orgânicas).

A- Cefaleias Primárias

1- Migrânea
2- Cefaleia tensional
3- Cefaleias em salvas e hemicrânia paroxística crônica
4- Outras cefaléias não associadas com lesões estruturais

B- Cefaléias Secundárias

1- Cefaleia associada com traumatismo cranio-encefálico
2- Cefaleia associada com transtornos vasculares
3- Cefaleia associada com transtornos intracranianos não vasculares
4- Cefaleia associada com o uso de substâncias ou sua abstinência
5- Cefaleia associada com infecção não encefálica
6- Cefaleia associada com transtornos metabólicos
7- Cefaleia ou dor facial associados com alterações do crânio, do pescoço, dos olhos, dos ouvidos, do nariz, dos seios, da face, dos dentes, da boca ou de outras estruturas, faciais ou cranianos
8- Neuralgias cranianas, dor dos troncos nervosos e dor por desaferentação
9- Cefaleias não classificáveis

Epilepsia

Leia sobre nossa CLÍNICA DE EPILEPSIA.

Hidrocefalia

Hidrocefalias são acúmulos do líquido cefalorradiano (LCR) ou líquor dentro do cérebro. Esse líquido, o mesmo obtido quando se punciona a coluna lombar em anestesias “raqui” ou para diagnósticos de meningite, é natural do sistema nervoso. Nas hidrocefalias, as cavidades naturalmente cheias de LCR se dilatam e causam sintomas como dor de cabeça intensa, visão dupla, sonolência excessiva e torpor. Crianças pequenas que têm as fontanelas (moleiras) abertas, apresentam aumento progressivo e anormal do crânio.

Tratamento

O tratamento mais comum das hidrocefalias é através de cirurgias chamadas de derivações, ou seja, que derivam o LCR das cavidades onde naturalmente se represa e drenam para outras cavidades do corpo, diminuindo assim o excesso de líquido dentro dos ventrículos. A drenagem é feita por cateteres delicados que têm em seu trajeto uma válvula que controla a quantidade de líquido que deve ser drenada. Há grande diversidade de válvulas disponíveis nos dias atuais, sendo necessário escolher a que melhor deve se adaptar a cada paciente. A cirurgia mais frequentemente realizada é a derivação ventrículo peritoneal, quando o cateter é colocado de modo a drenar o LCR dos ventrículos para a cavidade abdominal.

Exames

Há um novo método para tratamento das hidrocefalias não comunicantes, chamado neuroendoscopia. Esse novo método depende de uma aparelhagem própria de alta tecnologia e equipe experiente em seu uso. Permite o tratamento da hidrocefalia através de uma abertura pequena e colocação do sistema guiado por vídeo. Uma microcirurgia é realizada na qual o neurocirurgião desobstrui o trajeto do LCR ou abre uma membrana, formando um novo trajeto. Isso permite que o LCR encontre seu caminho para o ponto em que é absorvido. A grande vantagem desse método é que o paciente fica livre de uma válvula de derivação e de suas potenciais complicações. Além disso, o LCR é drenado de forma mais natural. As características individuais de cada paciente devem ser levadas em conta antes de optar-se pelo método mais adequado de tratamento.

Neuropatias Periféricas

As neuropatias são afecções que acometem os nervos periféricos que se estendem da medula ou do tronco encefálico até as extremidades. Se os nervos periféricos funcionam corretamente somos capazes de contrair os músculos de forma ordenada em termos de força e de delicadeza e precisão de movimentos, também são os nervos os responsáveis pela percepção de estímulos como o calor, o tato, a temperatura, a vibração e a dor, transmitindo-os ao sistema nervoso central onde as informações são processadas e interpretadas. Também há nervos que se destinam ao coração, aos vasos sanguíneos, ao aparelho digestivo, à bexiga e aparelho respiratório controlando a pressão, a frequência cardíaca, os movimentos intestinais, a micção, ereção etc.

Por comprometerem os nervos periféricos, as neuropatias produzem sintomas motores como a perda de força, sintomas sensitivos como diminuição da sensibilidade tátil, dolorosa ou hipersensibilidade com dor neuropática, formigamentos e ainda podem levar a alterações autonômicas, com descontrole da pressão arterial, da sudorese, do lacrimejamento, da temperatura entre outros.

Os sintomas de neuropatias habitualmente se instalam de forma gradual, progredindo lentamente, mas há situações mais graves como a polirradiculoneurite aguda ou a porfiria aguda intermitente em que os sintomas se desenvolvem mais rapidamente, ao longo de dias ou horas, ocasionando até dificuldades respiratórios e requerendo internação neurológica imediata, muitas vezes em ambiente de UTI.

Uma das causas mais frequentes de neuropatia periférica é o diabetes mellitus que pode se manifestar predominantemente como dores e queimação nos pés, principalmente no período noturno, mas também como alterações mais difusas ou mais localizadas como a plexite lombar.

Outras causas incluem as deficiências nutricionais, as doenças autoimunes como o lupus eritematoso sistêmico e a PRN crônica, neuropatias degenerativas hereditárias, traumas, distúrbios metabólicos adquiridos ou congênitos.

Em todas as causas de neuropatia o acompanhamento neurológico é fundamental tanto do ponto de vista de diagnóstico como de tratamento, melhorando as lesões reversíveis, auxiliando na reabilitação dos pacientes com sequela, prevenindo novos surtos em casos como os da porfiria e mesmo provendo orientação e aconselhamento genético.

Sincope e Distúrbio

Tumores do Sistema Nervoso

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